terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

é de tempo e sei
que pelo tempo que foi
não é de ser único
não faz dele
vilão de si
não faz de nós
um beija-flor no céu
pairando sobre a alegria

Pôr o Ar

como se viver fosse mais do que crescer
multiplicar e ser
esperar dar a forma e insistir tentar
sentir a verdade, dos dedos se esvair

veja como veja o ar transpor o ar

como se tentar estivesse perto de conseguir
continuar e ver
querer poder assim e tentar insistir
ter à mão, das tristezas se esquivar

seja como seja o ar repor o ar

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

eu por me engendrar em mim
por outros mins e afins
acabo por fim,
sem querer,
a ver outros,
de formas estúpidas
de formas diferentes,
a que outros hão de se engendrar e fim

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Contém tudo o que você desaprova. Um sentimento impróprio, confesso. Contém tudo o que você se mostra capaz de deter e reter. De certa forma, perverso. Falta-me ombridade. Um pouco de devaneio. Acho-me incapaz de compreender mazelas tão pequenas humanas.
Não quero ver no ser o outro ser que me assombra e traz sujeiras e vícios. Os homens têm por si a capacidade e a audácia de se acharem perfeitos.

Dúvida. Nascente e crescente da própria loucura do pensamento. Ela só nasce através do saber, mas ela mesma mostra o não saber. O espaço perde a capacidade de agir. Do modo que, quando temos devaneios, simplesmente a conformidade do espaço em si, se perde.

Perdi-me nela, por agora.