sábado, 29 de agosto de 2009

Sente

A água quente derrama fogo
E inunda minha alma
Molha-me todo
Espera e pára
A água quente derrete meu corpo
E minha alma salta
Cria forma num sopro
A sorver em febre alta

Molho meu olho quente
Não sei se pelo fervor da água
Ou a ardência latente
Não sei se pelo furor da mágoa
Ou o coração dormente

Olho meu olho molhado qual enchente
Só sei que minha única arma
É aquilo que se sente
Só sei que o que me cala
É agora e sempre

3 comentários:

Thalita Covre disse...

Me tocou profundamente.
Pensei que preciso dessas lágrimas.
Textos líquidos sempre me comovem.
Parabéns, Gabs.

:*

leandro disse...

gostei demais desse tb.

Lis Motta disse...

Suas palavras estão cada vez mais precisas (talvez pela intensidade do seu momento, mas espero que não só).
E como o tato é preciso!
Há uma frase que diz que "na poesia, como no amor, o mais profundo é a pele".
Acertou.
;)