segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Não Sou Todo Eu que Me Caibo

Tudo que foi não é
Nem agora, nem será
Hoje o ontem tão perdido
Pelo que deixou de ser
Tudo que deixei de ser hoje não sou
Quem foi o que fui, o que serei

Ah, se eu me encontro em mim
Bem perto de ser o que conseguir
Tão perto de não saber o que seguir
A quem seguir
Por quem ser guia?

Não sou todo eu que me caibo
Me caio, contraio, saio
Tal qual o que desejo ser
E estou sendo um pouco perto

Se eu por aqui transfigurar certo
Minha loucura de hoje e agora
Estará sempre em mim

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

tudo agora veio e foi e saiu como aquela folha, que veio e soltou a poeira deixada na janela como tudo que agora veio e foi. e veio, sem freio, sem guia ou arreio. agarrei as pontas de meus dedos, arranhados e ainda por cicatrizar, à borda da janela pra ver a folha que veio e foi, como a poeira solta da janela que veio e foi por meus pulmões e agora tusso. espirro. como quem vem e vai, como quem quer que seja foi e era. simplesmente por ser e ter sido.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

segunda-feia

Armar uma forma - mesmo que disforme -
de meus pés caminharem a favor do vento duro que bate bate bate bate,
e faz calor, eu sei: faz calor demais.
Procurei histórias e fatos, cacos, buracos e farrapos pra eu me encontrar novamente
como um calhorda que procura a nova dama, enquanto a sua o espera.
Nem quero que você saiba. Mas como um invólucro duro que fica fica fica fica fica,
eu me envolvi nessa trama, armada de uma forma realmente disforme.
Quero ser dor porque a dor marca, quero ser a dor boa de doer como eu sinto quando eu lembro
que é mais uma segunda feira feia feia feia feia e você vai e vai... E foi.
Usei meus olhos pela primeira vez!
Cada hora que nos levantamos e nos damos adeus...
Tenho ódio do tempo chato que nos separa
É possível que eu seja um outro pensamento meu que não agora
É possível que eu seja também um outro pensamento meu que não agora
É preciso que eu seja também um outro pensamento meu que não agora.
fecharam todos olhos
calaram todas bocas
e, eu bobo,
tateei num cheiro incomum cada palavra que tangia teu corpo
tatuei cada sorriso na memória de meu corpo
sinto.

Soube

sabe, sou sempre eu mesmo
mesmo sabendo e o sendo sou sempre eu
sou sempre eu quem sabe
quem eu sempre soube

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O tempo é muito lento para os que esperam, muito rápido para os que têm medo, muito longo para os que lamentam, muito curto para os que festejam. Mas para os que amam, o tempo é a eternidade.

William Shakespeare