quinta-feira, 12 de novembro de 2009

vida e morte como boiada

quatro.
pelos quatro cantos que ando
espelho parlas,
espalho pelos, meandros
escuto espadas cortando palhas
e as empilhando em meu fim
de três em três
três.
como refém ridículo tresloucado
tal qual um roedor-de-dedo-cortado
recolho minha rês,
reorganizada de três em três
ao prever o que virá depois
dois.
vistas doídas e dormentes
sei que serão endiabrados dias de enchente
pois ponho meus dois olhos
durante o devir dos bois mussum
um.
um nascimento num sótão, no sertão
nalgum lugar qual ninhada de falcão
tão longe, em canto nenhum
tão só em solidão

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